segunda-feira, abril 03, 2006

O cão é meu

O meu cão é um belíssimo especimen da raça de cão (que é como quem diz rafeiro).
Adquirido num local prestigiado de venda de animais de companhia (a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa), o Spoty (que quer dizer qualquer coisa parecida com manchado) está a ser pago em suaves prestações vitalícias: 00,000€ por mês. Tendo em conta o seu pedigree, o preço proposto pela vendedora pareceu-me um pouco avultado, mas acedi...
Não podia ter feito melhor negócio. O canídeo tem vindo a surpreender-me quotidianamente desde então.
Atribuo ao tetrahidrocanabinol as fantásticas proezas que o animal desempenha. Passo a citá-las: comportamento obssessivo relativamente a qualquer tipo de objecto redondo e saltitante, exigência incontornável de água corrente para saciar a sede, preferência por roupa interior usada como brinquedo, aspiradorofobia (pânico de aspiradores), embaraçosa incapacidade de distinguir esbeltas cadelas de crianças de 4 anos, satisfação por levar palmadas na zona do rabo e uma total falta de pudor (masturba-se à frente de qualquer pessoa).
Há que ter em conta que na sua mais tenra infância, o bicho inalou uma quantidade de THC suficiente para ficar com a moca durante umas semanas. É que a moca do cão é como o orgasmo do porco: dura para aí 4 ou 5 vezes mais tempo que num humano. Mas o consumo de substâncias ilicitas mantém-se (o Spoty anda com más companhias e tende a frequentar locais pouco recomendáveis) por isso o resultado agravou-se e neste momento o pobrezinho está completamente frito.
Espero que a minha experiência seja útil para manter os demais animais de companhia longe da droga porque já dizia o cientista: cão que fuma brocas, também apanha grandes mocas!

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