sábado, dezembro 21, 2013

Salve um estúpido. Garanta que ele ganha noção da sua imbelicidade!

Tal como toda a gente, estou farta de gente estúpida.
E isto é certamente um problema transversal a todo o Mundo (a menos que aspirem a ser a Madre Teresa ou o Dalai Lama).
Hoje, na Poison d'Amour, que é todo um local de culto para os gulosos, estava uma criatura execrável ao balcão. E essa energúmena dizia ao funcionário:
- Olhe, eu sei que vocês mudaram o pesoal mas eu sou cliente há muito tempo por isso veja lá... não brinque porque eu não gosto!
De salientar que o rapaz estava com a maior poker face... O conceito de brincar da criatura deve ser muito lato...
Enquanto o rapaz explicava a composição dum dos bolos, utilizando termos como ganache ou génoise e, naturalmente, explicando o que cada um significa, a criatura interrompe-o e diz:
- Ela sabe muito bem o que isso é. - referindo-se à velhota que estava ao seu lado - Ela é francesa. Não estou a brincar, ela é mesmo francesa.
Ora bem, ninguém interrompeu nem duvidou que a velhota fosse francesa. Porque é que alguém haveria de achar que ela estava a brincar? Porque é que a criatura se estava a defender se ninguém a tinha atacado?
E, mais importante que tudo, porque é que eu não a abordei e lhe disse precisamente isto?
Por acaso a explicação do rapaz até me interessava porque, para surpresa da criatura, estamos em Portugal! Não estamos em França e é normal que o comum dos mortais desconheça os ingredientes da (do?) génoise... Mas pronto, o rapaz teve a ousadia de não adivinhar que se encontrava perante um espécimen natural da terra de Napoleão. Estas pessoas que atendem ao público têm as bolas de cristal avariadas com demasiada frequência.
Acho sinceramente que estas pessoas intragáveis e que deliberadamente achincalham aqueles que consideram inferiores por terem o azar de lhes prestar algum serviço, deviam ser alertadas para a sua imensa imbecilidade.
Fiquei arrependida por não ter informado a criatura que a bola de cristal do funcionário se encontrava avariada e sem previsão de reparação. Talvez lhe pudesse ter transmitido que o dinheiro que ela já tinha largado na pastelaria, não pagava a paciência do funcionário nem justificava a sua imbecilidade. Aliás, não há quantia que compre paciência a quem tem de aturar imbecis. Mas... estamos em Portugal e, no fundo, a pequena corrupção é aceite, por isso, qualquer criatura que largue uns trocos num estabelecimento, acha que está a comprar a gratidão eterna dos funcionários que a devem tratar como benemérita. Errado!!!!
É que mesmo as pessoas que fazem atendimento ao público são seres humanos e têm de ser tratados como tal. Sim, da mesma forma como se trata o médico que também atende os seus clientes... ou o advogado a quem se paga para dar uns pareceres porque não temos tempo para andar a ler códigos de tudo e mais alguma coisa.
Estas criaturas mal-educadas que destratam o próximo por "dá cá aquela palha" acabarão por ser confrontadas com a sua própria estupidez mais cedo ou mais tarde. Ninguém está eternamente imune de levar uma resposta à letra que o ponha no lugar onde pertence por isso... salvemos pelo menos um estúpido. Basta demonstrar-lhe quão imbecil é... Se não funcionar, sabemos que haverá mais alguém a fazer-lhe a mesma demonstração mais cedo ou mais tarde e, por mais casmurro que seja, alguma vez há-de perceber que o problema não são os outros.

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